quinta-feira, 8 de maio de 2014

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

Parada cardiorrespiratória (PCR) 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas últimas décadas, as doenças cardiovasculares (DCV) tem sido a primeira causa de morte no mundo.
As doenças do aparelho circulatório representam a principal causa de óbito (32%) no país e as doenças isquêmicas do coração são responsáveis por 80% dos episódios de morte súbita.
Frente a essa situação, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria GM/MS nº 2.420, em 9 de novembro de 2004, constituindo um grupo técnico (GT) com a finalidade de avaliar e recomendar estratégias de intervenção do SUS para abordagem da morte súbita .
Dentre todas as situações que caracterizam risco de morte iminente, nenhuma emergência supera a prioridade do atendimento da PCR.Esta é definida como a cessação abrupta das funções cardíacas, respiratórias e cerebrais .
É comprovada pela ausência de pulso central (carotídeo ou femoral), de movimentos respiratórios (apneia) ou respiração agônica (gasping), inconsciência que ocorre de oito a 12 segundos após a PCR e midríase completa em menos de três minutos. 

Predisposição a parada
6 H T
Abaixo estão descritos os possíveis fatores que predispõem à PCR. Para facilitar, memorize as letras iniciais dos fatores relacionados, 6H e 6T.
hipoglicemia
hipóxia
Hipo/hipercalemia
hipovolemia
H+ ( acidose)
hipotermia

trombose
Tensão no tórax( pneumotórax)
trauma
Tamponamento cardíaco
Tromboembolismo pulmonar
tóxicos

Observações:
Hipoglicemia:diminuição da glicose no sangue;
Hipóxia:baixo teor de oxigênio.
Hipocalemia:diminuição de potássio no sangue;
Hipercalemia: aumento de potássio no sangue;
hipovolemia;: perda sanguínea;
Acidose:é a diminuição do pH de todo o organismo, tornando
o ácido devido à baixa concentração de bicarbonato no sangue.
Trombose: é a formação de um trombo no interior do coração ou de um vaso sanguíneo num
indivíduo vivo.
Pneumotórax: causado pela presença de ar na cavidade pleural, ocorrendo como resultado de
uma doença ou lesão.
Tamponamento cardíaco:também conhecido como tamponamento pericárdico, é uma
emergência médica na qual há acúmulo de líquido no pericárdio (o saco no qual o coração
está envolvido). O sangue aumenta significativamente a pressão no coração, impedindo os
ventrículos do coração de se encherem adequadamente. Isto resulta num bombeamento
ineficiente do sangue, choque e frequentemente morte. Tromboembolismo pulmonar:Embolia pulmonar ou tromboembolismo pulmonar (TEP) é o bloqueio da artéria pulmona ou de um de seus ramos. Geralmente, ocorre quando um trombo venoso profundo (sangue coagulado de uma veia) se desloca de seu local de formação e viaja, ou emboliza, para o fornecimento sanguíneo arterial de um dos pulmões
Parada
 A parada cardíaca súbita (PCS) acontece de forma inesperada, nos mais variados locais, inclusive nos hospitais.
A detecção e tratamento precoce das PCR é fator determinante para assegurar a sobrevivência, evitando o comprometimento neurológico causado pela falta de oxigenação cerebral, resultando em sequelas graves irreversíveis.
Para que o socorro possa ser prestado de maneira sistematizada a AHA 2010 desenvolveu a cadeia de sobrevivência, constituída pela sequência de ações :


 
Cada elo da cadeia de sobrevivência, instituído pela AHA 2010, deve ser seguido corretamente para melhorar a taxa de sobrevida de pessoas acometidas pela parada cardíaca.

Lembre-se que os protocolos de atendimento realizados de forma sistematizada, baseados no método mnemônico C-A-B orientam as manobras de SBV. O objetivo é garantir a boa oxigenação cerebral, realizando manobras de compressões torácicas e ventilação, que devem ser imediatamente iniciadas e realizadas até a chegada do SAV. A sequência de eventos de uma PCR nos leva a melhor compreensão das ações que são necessárias para sua reversão.


Fases da PCR
Fase Elétrica: período que se estende do momento da parada cardíaca até os cinco minutos subsequentes. A desfibrilação imediata é o tratamento ideal quando possível .
Fase circulatória ou hemodinâmica: dura de cinco a 15 minutos pós-parada cardíaca. Nesta fase, a RCP é muito importante para manutenção da pressão de perfusão coronariana e cerebral por meio de compressões torácicas externas fortes e rápidas, numa frequência de, no mínimo, 100 por minuto. As interrupções devem ser evitadas, pois comprometem a perfusão coronariana e cerebral.
Caso você encontre situação de PCR nessa fase, é importante priorizar a RCP com 30 compressões torácicas externas para duas ventilações.
Fase Metabólica: estende-se de 10 a 15 minutos após a PCR. Nesta fase, a eficácia da desfibrilação imediata e RCP diminuem drasticamente. Nesse estágio, o cliente se beneficiaria com a indução da hipotermia terapêutica à temperatura entre 32ºC a 34ºC por 12 a 24 horas, que promoveria possivelmente a melhora no fornecimento de oxigênio cerebral. Recomenda-se iniciar até 6 horas após a PCR, com o objetivo de melhorar o prognóstico neurológico e a sobrevida do cliente. 



Um comentário: